martes, octubre 17, 2006

yo presidente


alguém faria algo parecido no brasil?

viernes, octubre 13, 2006

cosas que te pasan si estás vivo


- por que? vos sos judío?
- bastante poco.

domingo tranqui en palermo

domingo à tardinha. desfile de carão e óculos escuros em palermo soho (odeio isso... ora soho!). gabi, la porteña despelotada; gwenolé, meu parceiro de programas de índio em buenos aires; didier, o rei do humor negro; e teo, primo do finado e meu amigo mais blasé... parece alice no país das maravilhas ou loja pra criança essas mesas e cadeiras em miniatura? não, no soho é cool ficar aí, de cócoras, vendo o povo passar...

saturday night fever

parece que o fotógrafo exagerou nas caipirinhas. cortaram a pily!!

todos buscamos a jorge julio lópez

"todos buscamos a jorge julio lópez, si sabes algo llamá al 911 o al 0800- 333 - 5502. gobierno de la província de buenos aires." recebi isso no meu celular um dia desses; outro dia, acordei com o telefone em casa e, quando atendi, era uma gravação com o mesmo texto. todo dia algumas centenas ou milhares vão à plaza de mayo ou obelisco protestar e pedir empenho na busca do seu jorge. ele é testemunha de um processo contra um tal etchecolatz, torturador dos tempos da ditadura militar.
$200 mil pra quem tiver alguma pista mas, infelizmente, ele não tava lá em casa esse dia.

feliz día del huevo!!

depois do dia da mulher, dia do amigo e do dia da primavera, hoje foi o día do ovo. sim, do ovo. pela primeira vez nesses 7 meses, não era protesto, não tinha cartazes nem gritavam contra algo ou alguém no obelisco. o tradicional cenário das manifestações políticas portenhas foi palco para um par de "boludos" fantasiados de ovo propagarem os benefícios do alimento, patrocinados pela international egg comission (??).

mi primer gueto

mais um filme auto-biográfico de um diretor judeu, e mais um que vale ser visto. segunda fui à pré-estreia de cara de queso - mi primer gueto, auto-análise pública do novato ariel winograd, esse moço que antes de sair da universidad del cine fazia curtas protagonizados por anões.
cara de queso se passa num country judío no verão de 1994, durante o governo menem. idishe mammes
histéricas, adolescentes enlouquecidos, ombreiras, muambas de miami, menemistas enrustidos... algumas histórias raras, outras que conhecemos muito bem.
e ainda tem o daniel hendler fazendo papel de canastrão-bagaceiro-chinelão. imperdível! como diria meu outro ídolo dessas bandas, o liniers, "no la dan en todos los cines como esas de uma thurman, pero es genial y vale la pena".

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miércoles, octubre 04, 2006

aires buenos


aos poucos, buenos aires deixa de ser o paraíso do politicamente incorreto no mundo. eu sabia que um dia isso ia acontecer, mas pensei que seria o último lugar. e não, desde domingo, adeus fumaceira no restaurante, no bar, no cinema e até no supermercado. os cinzeiros do alto palermo shopping já foram recolhidos, o garçon do café aqui da esquina me olhou com cara feia quando eu perguntei se a lei "pegava" e hoje vi no jornal que um senhor foi detido na recoleta por recusar-se a apagar seu cigarro. essa decisão do governo, que pelo que vi conta com o apoio de boa parte da população (90% fumantes), afeta a identidade do país. como fica o tradicional cortado e o pucho num café no meio da tarde? e o tradicional cigarro com meia hora mais de papo depois das refeições?

mas a lei, felizmente, abre uma exceção aos boliches (assim chamam as discotecas daqui) e outros lugares frequentados somente por maiores de 18 anos. nos bares, onde, por lei, não se pode dançar (pois não têm autorização do governo para serem 'locais de baile'), agora também é proibido acender um cigarro, a não ser os que tenham terraços ou mesas na rua. não fui ao la cigale ontem, mas não posso imaginar aquele inferninho sem a fumaça característica e o cheiro de tabaco que já está na memória. o mundo bizarro trocou de lugar e teve seu espaço ampliado; talvez encontre uma brecha na lei para fazer a alegria dos habitués
. em um ano de tantas adaptações, agora tenho que me acostumar a essa tentativa de trazer aires buenos a buenos aires.


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festa da democracia

domingo à tarde e um calor de quase 30 graus, mas eu estava protegida pelo ar condicionado e me refrescando com um suco de laranja gelado. o jardim era lindo, num palácio do século XIX, estilo francês. enquanto apreciava as obras de arte, senhoras sorridentes vestindo chanel e prada me serviam canapés. serviço de primeira, mas eu estava meio deslocada.

felizmente o rapaz engravatado notou e me conduziu até o salão onde eu estava sendo aguardada para... votar! sim, para votar. votar no exterior é ainda mais nojento que no brasil. toda essa cena que eu descrevi existiu e aconteceu na embaixada do brasil aqui em buenos aires, graças ao meu, ao seu, ao nosso rico dinheirinho que entra nos cofres públicos todos os dias.

essa era a vista da minha seção eleitoral, localizada em um dos três prédios da embaixada num dos endereços mais caros da cidade. juro que pensei em anular meu voto, mas não quero, nas próximas eleições, ser recebida por um analfabeto que assumiu cargo de 1º secretário no itamaraty.

enquanto isso, nas bandas do rio da prata...


muita coisa mudou. minha rotina mudou, meus fins de semana mudaram (e continuam mudando), as leis da cidade mudaram, o clima também mudou. agora entendo (um pouco) porque tanta festa pelo dia da primavera; basta de dia cinzentos, basta de luz acesa às 17:30, de volta aos parques lotados, ao sol até quase 20h, filas por uma mesa no terraço de um café...

EZE - POA - SM - POA - EZE


foi uma maratona para ver todo mundo, ficar com a família, os cachorros, tomar bohemia e polar gelada, comer xis, coxinha, sopa no van gogh, ir no ponto... faltou o tão falado pagode, mas a verdade é que vi que não sentia tanta falta assim...hehehe


pela primeira vez em 7 meses, uma semana sem ouvir "che", "boludo", sem pegar metrô, sem comprar medialunas de manhã e sem ouvir chamuyos. também ouvi poucas vezes essas palavrinhas que a mãe força a gente a falar quando criança, tipo "por favor", "com licença" e "muito obrigado", e vi tudo mais igual que eu gostaria, mas era isso mesmo que eu queria ver.

parece que eu achei ruim? não! achei tudo ótimo e precisava, mas é muito estranho ver que não é mais minha casa, que tudo tá igual mas não é mais a minha cidade, que infelizmente meu lugar não é mais aí. só queria ter tido um pouco mais de tempo para as conversas que me fazem falta com as pessoas que me fazem falta, mas como não se pode ter tudo, passei pelo nacional, comprei cachaça, goiabada, chocolate, um par de havaianas e fui pro salgado filho. hora de resolver os problemas pendentes em terras portenhas.


jueves, septiembre 21, 2006

escutem aí: babasonicos


minha banda preferida do momento por aqui. como 99% das bandas de rock argentinas, tem um vocalista fanho e feio, mas esse não grita e as músicas fogem daquela melancolia portenha. los calientes é a minha preferida, e já que o tema do momento é refrões pegajosos, tem também yegua, com o classico "algunas noches soy fácil, ooohh oohhh no acato límites...".

martes, septiembre 19, 2006

mais um programa de domingo

capitulo 197 da novela "livin' la vida loca en buenos aires": festa até de manhã, acordar e ir pra praça para o rosh rashanah callejero.
sim, eu fiz isso. e apesar de toda a diversão, não faço mais.
feliz 5767!

miércoles, septiembre 13, 2006

programa de domingo



acordar tarde, comprar o la nación, comer, comer, comer... aí, o oui oui, em palermo hollywood.

programa de domingo 2


fim de tarde de domingo no delta do tigre. todo fim-de-semana de tempo bom, milhares de portenhos lotam trens, barcos e a rodovia panamericana em direção a esse refúgio bucólico a poucos minutos da zoeira da capital. a foto de cima é num clubinho numa ilha linda. a de baixo não é efeito especial; o céu é cinzento e a agua é barrenta assim mesmo, mas é bonito, é tranquilo e a brisa do entardecer num barco é ótima - pra pegar uma pneumonia. acho que esse é o rio lujan... mais uns 6 meses e eu aprendo os nomes dessas ilhas, rios e canais.



martes, septiembre 12, 2006

da série estou me tornando uma argentina


. nenhuma pergunta fica sem resposta
. che e boludo são palavras usadas sem discernimento no meu dia-a-dia
. doce de leite e/ou medialunas não faltam no meu café da manhã
. deixei de obedecer a ordem sujeito + verbo + predicado
. aprendi a comprar carne pro asado de domingo
. ligo pras pessoas as 3 da manhã como se fosse a coisa mais normal do mundo
. reclamo dos turistas brasileiros sem noção no centro da cidade; não vou à recoleta pela mesma razão
. acho muito cedo quando alguém marca um programa noturno pra antes da meia-noite
. já consigo rir das piadas sobre a nazarena velez

lunes, septiembre 11, 2006

gracias por la surpresa, amigos!

lunes, agosto 28, 2006

viva o cinema nacional!

nao se assustem! minhas saudades do brasil não me fizeram apreciar filmes sobre trombadinhas, glamourização da miséria e do crime, "heróis" da história do país, pornochanchadas - nao queiram me convencer que elas acabaram - ou a beleza de uma cena de sexo entre dois velhos desnutridos comendo areia no sertão. estou falando do cinema nacional argentino. bons roteiros, produções honestas (resultados excelentes com orçamentos que são uma pequena fração de qualquer produção brasileira), salas lotadas por semanas e uma indústria em crescimento sem nenhuma lei rouanet.

apesar da fama de egocêntricos que carregam os hermanos, aqui o cinema não se restringe a falar do próprio umbigo e tem todo o tipo de história. sim, tem os dramas de tribos indigenas ou sagas de personagens históricos, mas também tem suspense, policias, comédias românticas e fantasia, muita fantasia - a realidade que fique para os documentários ou history channel. os dois primeiros no meu ranking atual: daniel burman e damián szifrón.

burman, apesar de ter recém passado dos 30 anos, tem uma vasta filmografia como roteirista e diretor. em geral, é um pouco autobiográfico e retrata a comunidade judaica de buenos aires com uma dose de humor pouco usual entre os portenhos (aqui tudo é muuuito dramático). seu alter ego se chama daniel hendler, ator uruguaio que protagonizou quase todos os seus longas. meu top 6:

derecho de familia
18-J

el abrazo partido
cuento de navidad

todas las azafatas van al cielo

esperando al mesías

szifrón é um garoto que leu muito batman e viu muito spielberg quando criança. sua especialidade: histórias de pessoas comuns em situações fantásticas, ou seja, diversão garantida com muito humor, suspense e ação. sua estréia no mainstream foi com o bem-sucedido seriado los simuladores, um misto de sitcom, superheróis e dramas cotidianos. entre as duas temporadas da série, lançou os longas el fondo del mar e o divertidíssimo tiempo de valientes. ta tudo lá no e-mule!

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sábado, agosto 26, 2006

diccionario español - argentino


a pergunta clássica que eu sempre tenho que responder aqui é como eu aprendi a falar espanhol. a resposta clássica é que eu já sabia falar espanhol, o que tive que aprender foi a falar argentino. o que se fala aqui é outro idioma! outro vocabulário, outras conjugações verbais... fora a pronúncia, que é uma chiadeira só. agora já me acostumei e não me dou mais conta, mas nessa madrugada, depois de um par de vinhos e algumas observações debochadas sobre o vocabulario dos meus interlocutores, parei para pensar nas coisas como aprendi e como escuto (e falo) aqui. acabamos a noite de sexta nos divertindo com essa listinha:


el argentino no saluda, te dice "¡qué hacés, boludo!"

el argentino no se cae, se va a la mierda
el argentino no espía, es un mirón
el argentino no se enamora, está hecho un pelotudo
el argentino no convence, te hace la cabeza
el argentino no corteja, chamuya
el argentino no bebe, chupa
el argentino no molesta, rompe las pelotas
el argentino no se baña, se pega una ducha
el argentino no se molesta, se calienta
el argentino no te golpea, te caga a palos
el argentino no te ordena, te caga a pedos
el argentino no tiene muchas ganas de hacer pis, se esta re-meando
el argentino no fracasa, se jode
el argentino no sale corriendo, sale cagando
el argentino no se dispersa, se cuelga
el argentino no se ríe a carcajadas, se caga de risa
el argentino no está en problemas, está enquilombado
el argentino no va rápido, va a los pedos

el argentino no es molesto, es un denso o un hinchapelotas
el argentino no te da besos, te tranza
el argentino no está activo, está re-pila
el argentino no es listo, es un vivo
el argentino no te pasa a buscar, te tira
el argentino no es un tipo alegre, es un copado
el argentino no es un tipo bueno, es de primera
el argentino no es un buen amigo, es de fierro
el argentino no esta aburrido, esta al pedo
el argentino no es un mal tipo, es un hijo de puta
el argentino no hace algo mal, le sale para el culo
el argentino no dice la verdad, dice la posta


ainda não consegui convencê-los de que essas expressões não são normais e que não seria de bom tom dizê-las por ai, em qualquer outro lugar que não se chame argentina. outra conclusão da noite é que nesses 6 meses fiquei mais desbocada que já era.

viernes, agosto 25, 2006

number 1


Walk out into velvet

Nothing more to say
You're my favourite moment
You're my Saturday

Cos you're my Number 1
I'm like a dog to get you
I want it up and on
I'm like a dog to get you

Sunset only seconds
Just ripe then it's gone
Got no new intentions
Just right then it's gone

Cos you're my Number 1
I'm like a dog to get you
I want it up and on
I'm like a dog to get you

I'll be there to meet you
Getting down to greet you
Howl under the moon

(number 1 - goldfrapp)